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História de Max Heindel: o fundador da Fraternidade Rosacruz

Max Heindel (nome de nascimento Carl Louis von Grasshoff) foi um ocultista cristão, astrólogo e místico dinamarquês-americano. Ele é o fundador da Fraternidade Rosacruz (The Rosicrucian Fellowship – An association of Christian Mystics) e autor de várias obras que disseminam os ensinamentos do Cristianismo Esotérico.

Vida Pessoal

Carl Louis von Grasshoff nasceu em 23 de julho de 1865 (Aarhus, Dinamarca). Seu pai, Frantz Louis von Grasshoff, nascido em Berlim, Alemanha, emigrou para a Dinamarca, durante a guerra Dano-Alemã em 1864. Isso porque era integrante do exército prussiano Ali, casou-se com Anna Sorine Withen, uma mulher dinamarquesa e filha do fabricante de sapatos, Chresten Petersen Bregnetfeld e sua esposa, Mette Kirstine Petersen.
Com ajuda financeira de seu padrasto, Frantz Louis von Grasshoff abriu uma padaria Vienense, a qual era mestre padeiro. Na parte de cima da padaria, ficava sua casa. Foi nesta casa que nasceu Max Heindel (Carl Louis von Grasshoff). Em 1867 nasce seu irmão, Louis Julius August. Ambo batizados na Catedral Luterana em Aarhus em 1865 e 1867, respectivamente.
No dia 8 de abril de 19872, acontece um grave acidente na padaria. Logo pela manhã, enquanto Frantz trabalhava com um aprendiz, uma caldeira à vapor acabou explodindo. Frantz Louis sofreu graves queimaduras em seu corpo, como também ferimentos causados por fragmentos que voaram por toda a padaria. Ele estava trabalhando com um aprendiz que teve seus dois braços queimados. Após 10 horas de sofrimento, no hospital, Frantz Grasshoff faleceu com a idade de 30 anos.
Começou um período difícil para a Sra. Grasshoff e seus filhos. Eles deixaram Aarhus e mudaram-se para a região de Frederiksberg, Copenhague. A Sra. Grasshoff passa a trabalhar higienizando luvas quimicamente. No final daquele mesmo ano, a família se muda para Sonder Allee, e a Sra. Grasshoff passa a trabalhar como cabelereira. No dia 22 de novembro de 1870 eles mudam, novamente, para Mejgade e dentro de seis meses houve nova mudança para Badstuegade. Muitos anos depois a Sra. Grasshoff conheceu seu segundo marido, Fritz Nicolaj Povelsen, com quem se casou em 15 de junho de 1886
De volta a 1873, logo após chegaram em Copenhague, Carl sofreu um acidente enquanto estava indo para a escola com amigos. Naquela época, Copenhague tinha vários canais com declives que transportavam água para vários pontos da cidade. Os meninos saltavam pelos canais, sendo que algumas partes destes canais eram mais largos. Embora seus amigos fossem mais velhos, o jovem Carl tentou superá-los, saltando maiores distâncias. Quando alcançou uma dessas partes mais largas, Carl acabou caindo no canal e feriu gravemente seu pé esquerdo. Naquela noite ele, também, teve muita dor, mas, não teve coragem de contar à sua mãe por que no dia anterior ao acorrido ele havia matado a aula com os amigos. No dia seguinte ele desmaiou na escola e seu pé estava tão inchado que tiveram de cortar seu sapato para tirá-lo.
Sua recuperação foi lenta e complicada. Ele permaneceu dezesseis meses acamado. Cirurgiões retiraram vários fragmentos de osso, perfuraram o tornozelo e inseriram tubos em seu pé para drenar o pus que continuava se acumulando. Essa lesão lhe trouxe grande sofrimento, pois a ferida não cicatrizava. Somente trinta anos mais tarde, quando aderiu a dieta vegetariana, após ingressar na Sociedade Teosófica, sua ferida cicatrizou.
Aos 16 anos de idade, Carl decidiu deixar sua família e navegou para Glasgow. Inicialmente, encontrou trabalho como mestre tabaqueiro. Posteriormente, ingressou nos estaleiros de navios em Glasgow. Nesta cidade, conheceu Catherine Dorothy Luetjens Wallace. Aos 20 anos de idade, casou-se com essa jovem que tinha 16 anos. Tiveram três filhas entre 1886 e 1889 e um filho em 1891.
O casamento de Carl e Cathy ficou atribulado e por isso, decidiram se separar. Cathy permaneceu em Copenhague e Carl levou seus quatro filhos para ficarem temporariamente com a avó. Foi nesta época que imigrou sozinho para os EUA visando construir um novo futuro.
Logo que chegou aos EUA, trabalhou como corretor de seguros e, mais tarde, como mecânico em Nova Iorque. Carl trabalhou como mecânico em uma cervejaria em Somerville, perto de Boston, MA. Por volta de 1895, ele se casou com uma mulher dinamarquesa chamada Peterson, que tinha quatro filhos de um casamento anterior. Em 1898, seus partiram de Copenhague para se juntarem ao pai, no EUA.
O segundo casamento também foi atribulado, e, portanto, seguiu outra separação. Carl se mudou com os filhos para Roxbury, um subúrbio de Boston, MA. Ele trabalhou por um tempo como engenheiro num navio a vapor que navegava nos grandes rios. Um dos navios afundou, porém Carl conseguiu nadar até a margem para se salvar. Após esse acidente, parou de trabalhar em navio.

Envolvimento com a Sociedade Teosófica

No início do século XX, Carl mudou seu nome para Max Heindel, e procurou trabalho na Califórnia. Seus filhos permaneceram em Roxbury. Porém, a adversidade o seguiu e a fome e privações eram seus companheiros diários.
Certo dia, no inverno de 1903, enquanto caminhava tristemente pelas ruas de Los Angeles, viu um anúncio de uma palestra sobre reencarnação. Tal palestra seria proferida pelo teósofo Charles W. Leadbeater. Atraído pela promessa que qualquer pessoa possuía clarividência, Max Heindel decide assistir a palestra. Na porta estava Augusta Foss, que na época já fazia parte da Sociedade Teosófica, a quatro anos. Ela o leva para um lugar e observa que ele é manco de uma perna. Na tarde seguinte Max Heindel vai para a biblioteca da Sociedade com o objetivo de emprestar um livro do Leadbeater, chamado Plano Astral. Lá ele encontra novamente a Augusta Foss, que estava ajudando a bibliotecária recebendo os novatos que viessem por causa da Palestra da noite anterior. O livro desejado não se encontrava lá e por isto ele emprestou os livros Carma e Reencarnação de Annie Besant.
Max Heindel escreve uma carta ao Sr. Leadbeater, contando que inicialmente, sua motivação para assistir as palestras era se tornar um clarividente. Assim como muitos estudantes iniciantes, ele “zombou” da afirmação de Leadbeater de que habilidades psíquicas nunca poderiam ser usadas para propósitos egoístas. No entanto, conforme se aprofundou nos estudos espirituais, entendeu por que “poderes ocultos devem ser usados reverentemente como ajuda à humanidade e não para ganho pessoal”. Foi quando percebeu que tinha um lugar nesse grande esquema cósmico e começou a “devorar” os escritos teosóficos. Ele parou de beber, fumar e mentir, e começou a controlar seus pensamentos. Ele também expressou sua gratidão a Leadbeater na mesma carta.
Neste período, ele apresentou duas Palestras pela Sociedade Teosófica em Los Angeles sobre a Madame Blavatsky e a Doutrina Secreta. Essas anotações foram, posteriormente, transformadas em livro pelo Sr. Manly Palmer Hall e publicado pela primeira vez em 1933 pela editora Phoenix Press em Los Angeles.
Durante o verão de 1905, Max Heindel teve sérios problemas cardíacos, ficando muito debilitado. Permaneceu numa cama de hospital, internado. A cardiopatia foi provocada por um longo período de estudos fervorosos e muito trabalho.
Pouco antes de adoecer, Max Heindel conheceu, na Sociedade Teosófica, a Sra. Alma Von Brandis. Eles se tornaram grandes amigos. Ela tinha planos de ir para a Europa para visitar sua família. No momento que o navio partiu, Max Heindel teve sua primeira experiência fora do corpo, que ele descreve da seguinte forma: “Quando falo de experiência espirituais, talvez não seja errado dizer que uma vez foi capturado por uma câmera fotográfica. Este fato ocorreu quando eu estava numa cama de hospital, me recuperando de uma cardiopatia provocada por um longo período de estudos fervorosos e muito trabalho. Antes deste momento nunca havia tido experiências psíquicas, mas numa manhã de domingo, quando minha querida amiga [Alma Von Brandis] partiu para a Europa, eu me vi em pé ao lado da cama, vendo meu corpo deitado que estava relaxado e dormindo. Contudo, eu não tive medo; parecia que estava tudo em ordem.
Depois, estimulado pelo desejo de ver minha amiga, que foi o motivo de minha libertação de meu corpo, percorri os 32 km até ao Porto de San Pedro, onde me encontrei com minha amiga a bordo do navio. O navio estava ao ponto de partir e neste momento um amigo em comum tirou uma foto. Quando o filme foi revelado, meu rosto estava claramente visível com uma barba de algumas semanas, que eu havia adquirido no hospital”.
Max Heindel continua: “Meus estudos, aspirações e um exercício praticado por um longo tempo, que eu imaginava ter inventado, mas que percebi depois, que havia trazido do passado; isto tudo fez com que fosse possível, durante esta doença, por um curto período, sair do meu corpo e depois retornar novamente. Eu não sabia como havia feito, e não estava em estado de fazer novamente por espontânea vontade. Um ano mais tarde fiz, por coincidência, novamente”
Após se recuperar da doença. Max Heindel se afastou da Sociedade Teosófica. Em abril de 1906 ele iniciava seu primeiro ciclo de palestras. Em sua viagem ao Norte, onde proferia palestras sobre Cristianismo Místico e Astrologia. Após uma série de Palestras em Seattle, Max Heindel precisou ficar, novamente, hospitalizado, devido a uma falha nas válvulas cardíacas. Depois disto ele foi para Duluth, onde conseguiu muito sucesso com seus cursos.
Durante sua viagem pela Europa a Sra. Alma Von Brandis assistiu a palestras do Dr. Rudolf Steiner. Steiner, que no início de 1902 se tornou membro da Sociedade Teosófica e mais tarde naquele ano se tornou Secretário Nacional da Alemanha. Ele se declarava ser um iniciado da Ordem Rosacruz. Ela se afiliou a escola de Steiner e insistiu para que Heindel fosse para Viena ouvir palestras de Dr. Steiner. Contudo, devido à sua doença, ele não estava em condições de responder, e nem estava disposto a abandonar sua turnê de sucesso. Também não tinha condições financeiras para empreender uma viagem destas.
Em 1907, a Sra. Alma Von Brandis retornou aos EUA e se encontrou com Max Heindel em Duluth. Pela oferta de pagar os custos da viagem, ela, finalmente, conseguiu convencê-lo. Com esta oportunidade, Max Heindel aproveitou para primeiro visitar sua família na Dinamarca e, depois, foi para Berlim.

Max Heindel na Alemanha

Alma von Brandeis e Max Heindel chegaram na Alemanha em novembro de 1907. O objetivo de Max Heindel era estudar intensivamente os ensinamentos de Rudolf Steiner. Steiner, embora representante da Sociedade Teosófica de Adyar na Alemanha, afirmava ser um Rosacruz. Essa foi a razão pela qual Heindel, viajou para a Alemanha e utilizou seu nome de nascimento Grasshoff.
Max Heindel acompanhou intensivamente os ensinamentos de Steiner em Berlim, desde o início de novembro de 1907 até final de maio de 1908. Ele esteve pessoalmente com Steiner umas seis vezes e em três ocasiões ele pediu explicações sobre os livros do autor. Durante sua última conversa com Steiner, Max Heindel contou que estava escrevendo um livro sobre ocultismo; um compêndio sobre os ensinamentos do Oriente e do Ocidente. Steiner solicitou que se ele fosse utilizar ensinamentos que foram trazidos por ele, deveria citá-lo como fonte de informação; Max Heindel concorda com isto.
Alma von Brandis tinha esperança de que Max Heindel se tornasse um mensageiro de Steiner nos Estados Unidos. Por sua vez, Heindel esperava que Steiner pudesse ajudá-lo a avançar no caminho do desenvolvimento espiritual, mas ficou desapontado e quis retornar aos Estados Unidos. Ao comunicar seu desapontamento para a Sra. Von Brandis, aconteceu uma discussão acalorada, o que levou a uma separação permanente entre os dois.
Após esses acontecimentos, Max Heindel retornou ao seu quarto de hotel, abatido e desencorajado. Em suas próprias palavras: “Quando me sentei em uma cadeira, avaliando meu desapontamento, tive a sensação de que havia mais alguém presente e que vinha em minha direção. Olhei para cima e contemplei Aquele que, a partir deste momento, se tornou meu Mestre. Lembro-me envergonhado, de como rispidamente lhe perguntei quem o havia enviado e o que queria, porque estava muito decepcionado e hesitei bastante antes de aceitar seu auxílio sobre os pontos que me trouxeram à Europa. Durante os dias seguintes meu novo amigo apareceu várias vezes em meu quarto, enquanto respondia minhas perguntas e me ajudava a resolver os problemas que anteriormente me deixavam intrigado. Contudo, porque minha clarividência não estava bem desenvolvida e nem sempre sob meu controle, eu estava bem cético a tudo isto. Não poderia ser ilusão? Eu falei sobre esta questão com um amigo. As respostas às minhas perguntas, conforme eram dadas pela visão, eram claras, concisas e muito lógicas. Eram diretas e muito além de qualquer concepção que eu fosse capaz de imaginar, daí concluímos que a experiência deveria ser real”.
Alguns dias depois meu novo amigo me contou que a Ordem da qual ele fazia parte tinha uma solução completa para o enigma do Universo, muito mais completa do que qualquer outro ensinamento. Que gostariam de compartilhar este ensinamento comigo, na condição que eu a guardaria como um segredo absoluto. Neste momento me virei com raiva dele e disse: ‘Agora vejo sua intenção real. Não, se tu possuis o que dizes e se isto é a verdade, será bom que todos o saibam. A Bíblia nos proíbe esconder a Luz, e não desejo beber da fonte enquanto tantas pessoas estão famintas para solucionar seus problemas, como eu agora’. Após isto meu visitante partiu e permaneceu ausente. Deduzi que ele era um representante dos Irmãos das Trevas.

Rosacrucianismo

Durante anos, Max Heindel buscara incansavelmente e suplicara aos céus que lhe fosse concedido algo que lhe permitisse mitigar a sede de luz espiritual que o mundo tanto anseia. Sabendo por experiência própria o que é sofrer devido à ânsia de conhecimento, foi incapaz de satisfazer o pedido do Irmão Maior, e recusou aceitar o que quer que fosse que não pudesse partilhar com os seus irmãos no mundo, que sabia tão animicamente famintos como ele.

“O Mestre abandonou-o.

Podeis imaginar o que sente um homem que durante tanto tempo esteve privado de alimento, e repentinamente aparece alguém a oferecer-lhe uma côdea de pão, e logo se retira sem lhe permitir que a prove? ”.
“Aproximadamente um mês depois, eu estava convencido que não encontraria mais iluminação na Alemanha e reservei a passagem no navio de retorno à Nova York. Como estava muito cheio, eu precisaria esperar mais um mês para poder partir. Quando retornei ao meu quarto, após ter comprado a passagem, estava lá meu desprezado Mestre e novamente me propôs o ensinamento na condição de mantê-la em segredo. Desta vez minha recusa deve ter sido mais enfática do que da primeira vez, mas ele não partiu. Em vez disto ele me disse: ‘Fico feliz em ouvir sua recusa, meu irmão, e espero que sempre seja tão enfático em divulgar nossos ensinamentos, sem nenhum temor nem parcialidade, como foi nesta recusa. Esta é a real condição para receber os ensinamentos”.

Após várias entrevistas, o Frater Senior deu-lhe as instruções necessárias para encontrar o Templo da Rosacruz nas imediações duma aldeia chamada Kirchberg, que nesse tempo se situava em território alemão, perto da fronteira com a Boémia. Max Heindel esteve durante mais de um mês, no Templo, em comunicação direta com os Mestres por quem foi iniciado, ficando encarregado de disseminar no Ocidente os respectivos Ensinamentos da Nova Era Cristã.
Quando entrou pela primeira vez no Templo, Max Heindel surpreendeu-se: na sua imaginação havia figurado esse centro como uma imponente e magnífica estrutura, e o que viu era exatamente o oposto. Foi convidado a entrar no que parecia ser a casa rural, modesta embora espaçosa, de um cavalheiro da província, residência que ninguém associaria à sede mundial de um tão antigo quão poderoso grémio de místicos. Centenas de homens e mulheres, levados pela curiosidade, têm percorrido a Alemanha na esperança de encontrar esse edifício e passam por ele sem o ver, porque, tal como Max Heindel, imaginam-no como um Templo grandioso de pedra e materiais nobres. E Heindel só o descobriu quando os seus olhos se abriram para vislumbrar o Templo espiritual a interpenetrar e a envolver a estrutura física
De acordo com outras fontes, naquela época, ele foi apresentado ao Rosacrucianismo por Franz Hartmann, um teosofista e Rosacruz alemão. Ainda na Alemanha, Heindel redigiu um manuscrito em alemão, baseado nas informações recebidas do Mestre Rosacruz. Ele também disse que foi informado de que este manuscrito não o satisfaria quando chegasse aos EUA e que ele desejaria reescrever o livro inteiro. Isso foi feito, e em 1909, ele publicou nos EUA “O Conceito Rosacruz do Cosmos”.
A Fraternidade Rosacruz foi inaugurada no final do verão e outono de 1909, após um curso de palestras em Seattle. Um centro de estudos foi formado, e a sede foi temporariamente localizada nessa cidade. Max Heindel também disse: “Ao sair do Templo, os Irmãos Maiores me deram a seguinte advertência e conselho de despedida: nunca tente atrair dinheiro, nem mesmo para construir a Igreja ou Sanatório. Edifícios são mortos, por mais bonitos que sejam, então busque interessar homens e mulheres de almas nobres, para que este movimento possa ser dotado de vida por meio deles, pois só assim pode se tornar um fator vivo no trabalho do mundo. Se você seguir esta política, os edifícios de dignidade correspondente virão com o tempo, conforme necessário para o trabalho; mas se, em algum momento, você tornar esses ensinamentos inestimáveis subservientes a Mamom, a luz desaparecerá, e o movimento falhará.”

A Controvérsia Steiner/Heindel

Quando Heindel conheceu Rudolf Steiner, mencionou que estava escrevendo um livro e, segundo Heindel, Steiner disse que isso não era um problema, desde que ele mencionasse seu nome no livro. Embora tivesse recebido os ensinamentos dos Irmãos Maiores, o livro também corroborava os ensinamentos do Dr. Steiner. Heindel achou melhor dedicar o livro a Steiner
No entanto, Steiner comentou o seguinte em uma de suas palestras sobre Heindel: “Em seus livros, ele então se chamava Max Heindel, mas aqui ele tinha outro nome, chamando-se Grasshof. Esse homem havia absorvido tudo o que podia de palestras e livros. Com isso, ele havia feito, de maneira um tanto mística, um livro, “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, e então, em uma segunda edição, ele também havia absorvido tudo o que pode ser lido nos ciclos de palestras e mais o que mais ele havia copiado. Então ele disse a seu povo lá na América que tinha absorvido a primeira etapa aqui, mas que para alcançar a segunda etapa, ele havia ido a um Mestre na Hungria. Dessa pessoa, ele afirmou que havia obtido o que ele apenas havia copiado dos ciclos e especialmente de todas as palestras que ele havia habilmente (?) encontrado e das quais seus escritos eram um puro caso de plágio! Alguns de vocês saberão que também aconteceu algo muito engraçado, que isso foi traduzido de volta para o alemão, com a observação de que, admitidamente, era possível ter algo semelhante também na Europa, mas que era melhor obtê-lo na forma em que poderia surgir sob o sol livre da América”.
É verdade que “O Conceito Rosacruz” de Max Heindel se assemelha às obras básicas e palestras de Steiner, mas o mesmo poderia ser dito sobre os escritos teosóficos. Mesmo assim, Heindel passou apenas alguns meses na Europa e não estava interessado em Antroposofia, mas principalmente no Rosacrucianismo após deixar a Sociedade Teosófica. Heindel escreveu em seu livro “Ensinos de um Iniciado” que não estava desperto em sua alma interior quando conheceu Steiner e iniciou seu trabalho iniciático quando estava prestes a deixar a Alemanha.
Outro fato interessante é que ele foi informado somente depois, de que a primeira escolha do Irmão Maior para receber os ensinamentos Rosacruzes, era o Dr. Rudolf Steiner. O Irmão Maior disse que Steiner permaneceu sob sua instrução por vários anos, mas não conseguiu passar em seu teste, porque não poderia liderar tanto os Ensinos Ocidentais quanto os Ensinos Orientais. Max Heindel também foi informado, ainda, de que os Ensinos Rosacruzes deveriam ser publicados antes do final da primeira década.
Mesmo ao publicar trabalhos posteriores, como Coletâneas de um Místico, que foi um de seus últimos livros, Heindel foi duramente criticado em uma seção de revisões da revista britânica The Ocult Review, publicado em setembro de 1925. Apesar de reconhecer que os escritos de Heindel possuem ensinamento valioso e transmitem o real significado do cristianismo, a revisora, chamada Meredith Star, afirma que Max Heinde não reconhece suas fontes e escreve assuntos espirituais de “uma forma mais popular, fácil de entender, picante e sensacional”. Segundo ela, “essa simplificação seria fatal, tanto à arte criativa quanto ao conhecimento criativo ou oculto. O esforço que é necessário por parte do Aluno para compreender o trabalho de um Professor é um fator indispensável no progresso do aluno rumo à iniciação. Quanto maior o esforço, melhor será o progresso. Em outras palavras, um axioma fundamental da Ciência Oculta é que o aspirante à iniciação não deve recuar de subir a montanha onde a iniciação ocorre”. Ora, a Sr. Maredith Star não sabia que a instrução dos Irmão Maiores era justamente essa: tornar público os ensinamentos ocultos, para que todos pudessem ter a chance de subir essa montanha. Quem decide se a iniciação deve ou não ocorrer, são os Irmãos Maiores, a Serviço de Cristo.
Diferente de tal crítica, a edição de maio de 1919, da mesma revista (The Ocult Review), editada pelo Sr. Ralph Shirley, reconhece o trabalho de Max Heindel como inovador, “tendo como base uma compreensão oculta, mas muito clara, da fé e doutrina cristã. A teosofia um tanto arcaica da Rosacruz original não aparecia nas publicações mensais da revista Rays from the Rose-Cross, e não acreditamos que tenha sido ostensivamente representada nos escritos mais permanentes do Sr. Heindel. Até onde sabemos, suas intuições ocultas lhe chegavam por meio do tipo de clarividência chamada leitura nos registros akáshicos (Memória da Natureza), também conhecida como a Luz Astral de Éliphas Lévi. Diz-se que o Sr. Heindel foi um dos alunos do Dr. Steiner no passado, mas ele seguiu uma linha independente como resultado dessas investigações ocultas às quais acabamos de mencionar, e o resultado é conhecido por muitos”.
Tudo o que podemos fazer, é buscar a Verdade. Se considerarmos apenas o aspecto externo dos escritos de Heindel, pode-se concluir que há semelhanças entre seus escritos e os de Steiner. Também pode-se pensar que ambos começaram como teosofistas e tiveram professores Rosacruzes. Por outro lado, aquele que alcança o estágio de Probacionismo, na Fraternidade Rosacruz, continua seu treinamento interior e dedica-se ao serviço, consegue perceber todas as diferenças.

Considerações Finais

A Fraternidade Rosacruz, fundada em 1909 por Max Heindel, existe até hoje. Em seu site, podemos ler que a “Fraternidade é composta por homens e mulheres que estudam a Filosofia Rosacruz conhecida como Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, conforme apresentada em O Conceito Rosacruz do Cosmos. Esta Filosofia Cristã Mística apresenta insights profundos sobre os Mistérios Cristãos e estabelece um ponto de encontro para Arte, Religião e Ciência. O trabalho da Fraternidade Rosacruz é divulgar o evangelho e curar os enfermos. Isso é alcançado tornando os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental disponíveis para todos que estiverem dispostos a recebê-los, fornecendo um Departamento de Cura que enfatiza a cura espiritual ao longo dos princípios de uma vida correta, e disponibilizando livros e cursos de estudo domiciliar da Fraternidade Rosacruz mediante solicitação.

 

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