A Realidade das Ideias

A realidade e permanência dos objetos no mundo invisível, são muito mais reais do que os objetos visíveis que erroneamente consideramos como o ápice da “realidade”. Via de regra, consideramos nossas imagens mentais e imaginações como menos reais do que uma miragem e as tratamos de maneira desdenhosa como um “mero pensamento” ou “apenas uma ideia” Ledo Engano. Na verdade elas são realidades subjacentes de tudo o que vemos no mundo ao nosso redor.

Uma simples ilustração certamente enfatizará esse ponto: quando um arquiteto desenha uma casa, ele não solicita materiais de construção, nem contrata trabalhadores. Primeiramente, ele concebe uma ideia, elabora nisso, constrói a casa primeiro “em sua mente” com o máximo de detalhes possível e a partir desse modelo mental, a casa poderia ser construída se pudesse ser vista pelos trabalhadores, mas ela ainda está no mundo invisível; e embora o arquiteto a perceba claramente, o “véu da carne” impede que os outros a vejam. Assim, torna-se necessário trazê-la para o mundo dos sentidos e criar um plano visível que os trabalhadores possam seguir. Essa é a consolidação inicial da imagem mental do arquiteto. Depois, vem o projeto escrito, uma primeira materialização. Após, quando a casa é finalmente construída, vemos em madeira e pedra o que era originalmente uma ideia na mente do arquiteto e invisível para nós.

Mas se existem esses dois mundos, o que podemos dizer quanto à estabilidade da ideia e da construção? É evidente que a casa pode ser destruída por dinamite ou algum outro elemento poderoso de destruição, mas a “ideia” na mente do arquiteto, mesmo ele não pode destruí-la; e mais, a partir dessa “ideia”, uma casa semelhante pode ser construída a qualquer momento. Mesmo após a morte do arquiteto. Tal ideia pode ser encontrada na Memória da Natureza sobre a qual mais será explicado no próximo ensaio, por qualquer pessoa qualificada para essa pesquisa; pois não importa há quanto tempo a impressão do “projeto” foi formada, ela nunca é perdida ou destruída. Embora possamos assim “inferir” indutivamente, sobre a existência de um mundo invisível, este não é o único meio de prova.

Há uma abundância de testemunhos diretos que mostram que existe tal mundo, testemunhos de homens e mulheres de integridade inquestionável, cuja verdade e precisão nunca foram questionados em relação a outros assuntos, que afirmam que esse mundo invisível é habitado por aqueles que chamamos de mortos, que vivem lá em pleno domínio de todas as suas faculdades mentais e emocionais, sob condições que tornam sua vida tão real e proveitosa quanto a nossa, talvez até mais. Além disso, é possível provar que pelo menos alguns deles tiveram um grande interesse e influência nos assuntos do Mundo Físico. Basta citar dois exemplos de fama mundial.

Joana D'Arc

Há primeiro o testemunho de Joana D'Arc, a “donzela de Orleans”, de ouvir “vozes que falavam e a guiavam”. Vamos considerar a história de sua vida e ver se não carrega a marca da verdade. Aqui temos uma simples (humilde), pura e ingênua camponesa, mal uma criança, que nunca havia saído de sua vila natal antes de embarcar em sua “missão”. Ela era extremamente tímida, tinha medo de desobedecer ao pai, mas as imperiosas “vozes” a impeliram a desafiar sua desaprovação e ela partiu em busca do rei da França. Após muitos percalços, mas constantemente guiada pelas vozes, ela finalmente conseguiu ser recebida pelo rei.

Quando ela entrou, o rei estava no meio de seus cortesãos, um sósia estava sentado no trono e todos esperavam vê-la desmoralizada, pois nunca havia visto o rei, mas, guiada pelas fiéis vozes, Joana se aproximou dele e o saudou sem hesitação. Ela o convenceu da verdade de sua missão ao sussurrar em seu ouvido um segredo de grande peso conhecido apenas por ele. Como resultado dessa prova, o comando do exército francês foi retirado das mãos dos experientes generais, que haviam sido derrotados pelos ingleses em todas as ocasiões, e colocado nas mãos dessa criança que não sabia nada sobre a arte da guerra, mas, guiada por esses “sábios” invisíveis, conduziu as tropas francesas à vitória. Seu conhecimento de táticas militares era motivo de constante admiração por parte de seus colegas e, por si só, uma prova da orientação que ela afirmava receber. Em seguida, a vemos aprisionada, sujeita por anos a ameaças ou lisonjas, conforme o humor de seus cruéis perseguidores ditava, para fazê-la admitir que não havia vozes, mas os registros dos diferentes julgamentos mostram em suas respostas uma sinceridade de espírito, uma inocência e uma franqueza incomparáveis nos anais da história, que confundiam seus juízes em cada turno.

Nem mesmo a morte na fogueira conseguiu fazê-la renegar a verdade como ela a conhecia, e até hoje seu testemunho sobre as vozes orientadoras do mundo invisível permanece inabalável, selado com seu próprio sangue. Essa mártir da verdade recentemente foi canonizada como santa pela igreja que a executou. “Ah, mas”, alguém poderia dizer, “embora ela fosse sem dúvida honesta, ela era apenas uma simples (humilde) camponesa, sem saber que estava sofrendo de alucinações!” Estranhas alucinações que incrivelmente a levaram no sec. XV ao rei da França, lhe permitiram identificá-lo sem hesitação sem nunca o ter visto e contar a ele um segredo desconhecido por qualquer outra pessoa, descrever com precisão batalhas enquanto elas estavam sendo travadas a muitas milhas de distância, como posteriormente confirmado por participantes. Inverossímil é crer que inexiste nesse episódio algo incomum.

Sócrates

Mas passemos agora para nosso segundo testemunho, que de forma alguma é de alguém ordinário. Nesse aspecto, Sócrates é um contraste absoluto em relação a Joana D'Arc, pois ele possuía a mais aguçada intelectualidade, a maior mente que conhecemos do mundo antigo, incomparável até os dias atuais. Ele também selou seu testemunho à voz de orientação do mundo invisível com seu próprio sangue, e podemos considerar como um fato autoevidente que deve ter sido uma voz extremamente inteligente e culta, capaz de aconselhar um sábio como Sócrates. Afirmar que ele estava insano ou sofrendo de alucinações dificilmente se sustentaria, pois um homem que, como Sócrates, avaliava todas as outras questões com tamanha precisão, não levantaria suspeitas nesse aspecto.
O caminho mais razoável parece ser o mesmo tomado por Shakespeare, em seu Hamlet, quando diz: “há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Essa constatação ocorre principalmente entre as pessoas que conseguiram experimentar e avançar na vida espiritual. É justamente pela adequada educação espiritual que constataremos nossas limitações e a ilusão de nossa autossuficiência intelectual e passamos a reconhecer que deve existir mundos invisíveis.

Alguns cientistas reconhecem a necessidade deste princípio invisível e dão importância singular a essa questão. Por exemplo, a Sociedade de Pesquisa Psíquica – fundada há mais de um quarto de século na Inglaterra, contava com várias mentes brilhantes do séc. XX. Tal Sociedade promoveu estudos sérios, não poupando esforços para separar a verdade do erro em milhares de casos que sugeriam contato com esses mundos invisíveis.

Como resultado, um dos seus cientistas mais proeminentes, Sir Oliver Lodge, na condição de presidente de tal sociedade, declarou há vários anos que “a existência de um mundo invisível, habitado pelos chamados mortos, e seu poder de se comunicar com este mundo, foi estabelecida além de qualquer dúvida em uma abundância de casos”.

Assim, considerando a origem e contexto de tal declaração é preciso, no mínimo, considerar os mundos invisíveis como uma possibilidade da verdade. Isso do ponto de vista científico material. Chegará um tempo em que todos saberão que a realidade das coisas e das ideias fazem parte da “Terra dos Mortos que Vivem”.
Que as rosas floresçam em vossa cruz!

Sir Oliver Lodge

Foi grande contribuídos da telegrafia sem fio, rádio, relâmpagos, vida após a morte e o éter, que tinha sido postulado como o meio que preenchia todo o espaço e por onde as ondas se transmitiam. Ele transmitiu sinais de rádio em 14 de agosto de 1894 em um encontro da Associação Britânica para o Avanço da Ciência na Universidade de Oxford, um ano antes de Guglielmo Marconi, mas um ano após Nikola Tesla.

Fez outras pesquisas científicas sobre os relâmpagos, a fonte da força eletromotiva na célula voltaica, a eletrólise e a aplicação da eletricidade para dispersar neblina e fumaça. Também deu uma contribuição significativa aos motores quando inventou a vela de ignição para o motor de combustão interna. Mais tarde, dois de seus filhos desenvolveram suas ideias e fundaram a Lodge Plug Company.

O cientista também foi um grande defensor da existência da vida após a morte e é lembrado pelos seus estudos sobre o tema. Iniciou-os estudando fenômenos físicos (principalmente a telepatia) no final da década de 1880. Entre 1901 e 1903, serviu como presidente da Society for Psychical Research, importante organização de pesquisa parapsicológica. Após a morte de seu filho, Raymond, em 1915, na Primeira Guerra Mundial, Oliver Lodge visitou vários médiuns e escreveu sobre a experiência em diversos livros, incluindo “Raymond, or Life and Death” (1916), que se tornou um best-seller à época. Ao todo, escreveu mais de quarenta livros sobre a vida após a morte, o éter, relatividade e a teoria eletromagnética. Além de inventar a vela de ignição e o telégrafo sem fio, Oliver Lodge também inventou o alto-falante, o tubo de vácuo (válvula electrónica) e o sintonizador variável.

Os escritos de Oliver Lodge foram divididos após a sua morte. Alguns foram depositados nas universidades de Birmingham e Liverpool e outros no Instituto de Pesquisas Psíquicas da Universidade de Londres, a maior parte de sua correspondência científica indo parar no University College em Londres.

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