Páscoa - Uma Promessa de Renovação de Vida
Cartas aos Estudantes nº 65, Abril de 1916.
Esta é uma lição de Páscoa, embora não contenha uma só palavra relacionada com o acontecimento cósmico da presente estação. Enfatiza novamente o fato vital de que o nascimento e a morte são meros incidentes na vida do espírito, que não tem princípio nem fim.
Velhice, doenças, guerra e acidentes podem destruir esta habitação terrena, mas possuímos uma “casa celestial” que nenhum poder é capaz de aniquilar. Não importa o momento da nossa morte ou dos que nos são queridos, pois sabemos que, da mesma maneira que a Sexta-feira Santa é seguida da gloriosa Páscoa, assim também a porta da morte não é mais do que o umbral para uma vida maior, na qual as doenças e as dores, que tanto abatem o nosso corpo físico, não têm mais domínio sobre nós.
Pensemos no que isso significa para os nossos pobres irmãos que têm sido destroçados e mutilados pela pavorosa desumanidade do homem para com o homem, e demos graças por eles terem escapado do sofrimento que deveriam suportar se não houvesse a morte para libertá-los.
A imensa maioria encara a morte como “o rei dos terrores”, mas, quando estamos bem instruídos, consideramos que, nas nossas condições atuais, a morte é uma verdadeira amiga. Nenhum de nós possui um corpo perfeito, e como ele se deteriora num alarmante grau durante os poucos anos que o utilizamos, pensemos no que seria dele ao fim de um milhão de anos — e um milhão de anos é menos que um fugaz momento comparado com a duração infinita. Só o espírito pode suportar o infinito e, por conseguinte, a Páscoa é a esperança mais ardente da nossa imortalidade. Cristo é um dos primeiros frutos dessa imortalidade, assim como muitos irmãos como Ele.
Querido amigo, aproximemo-nos da próxima Páscoa numa atitude de aspiração espiritual, procurando imitar o nosso grande guia, Cristo. Crucifiquemos nossa natureza inferior, e que cada dia do novo ano possa ser uma Sexta-feira Santa. Possam todas as noites ser passadas em prisões purgatoriais, consolando os espíritos aí confinados, como Cristo o fez. Possa cada alvorada ser uma Páscoa gloriosa pela qual nos elevemos numa renovação de vida para maiores e melhores feitos.
“Cuidemos dos centavos e as cédulas maiores virão atrás deles”, diz um prudente ditado mundano.
Podemos parafraseá-lo e aplicá-lo à vida espiritual dizendo:
“Cuidemos de empregar bem os nossos dias, e os anos produzirão maiores tesouros.”
Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nº 65 – Abril de 1916.